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Zé Katimba e Monica Mac |
"Recriando a
criação" é um espetáculo movido a pura emoção, idealizado pela sambista niteroiense Monica Mac e o Grupo Situkerê, em homenagem a Zé Katimba - O
Chico Buarque do samba.
O show acontece no dia 7/6, sexta feira, as 20h, no Teatro Municipal de Niterói.
Sambista e compositor gravado por inúmeros intérpretes, Zé Katimba desde sempre, focou sua obra no universo feminino. Seu mergulho na alma da mulher foi tão profundo e tão abrangente, que assusta, inebria, encanta e prende!!!
Premiadíssimo, Zé Katimba arrematou todos os prêmios da categoria, nos Estados do Rio de Janeiro e da Paraíba. Uma assumidade!!!
Recebeu o prêmio "Medalha
Pedro Ernesto", maior honraria concedida pelo legislativo do Rio de Janeiro. O "Estandarte de Ouro", "Personalidade de Ouro" e ainda o concurso "Cidadão Samba".
Boutique da Música bateu um papo gostoso e apaixonado, com estes dois talentos escorpianos, emoção a flor da pele e soube um pouco mais do show!
Valéria Bernardo : - Como nasceu a ideia do show ?
Monica Mac –
Era algo que eu já pretendia fazer há muito tempo. Eu e todos do meu grupo, sempre
fomos apaixonados pelas
composições do Zé que enaltecem a mulher, e o amor à mulher como privilégio
humano e divino. Eu já estava querendo muito voltar ao teatro, e por um desses
milagres maravilhosos que Deus nos concede, fomos nos aproximando, convivendo, eu
fui descobrindo mais da obra e a pessoa desse poeta, que entende tanto da alma
feminina. Tanto que costumamos chamá-lo de Chico Buarque do samba. Ele coloca a
mulher num lugar, em que toda mulher gostaria de estar. Ele fala da mulher de
uma forma absolutamente sensual, sem ser vulgar. Essa vontade foi tomando conta
de mim, e concebendo cada detalhe de uma forma muito leve, descompromissada.
Com a convivência, pude entender mais da alma desse menino de 80 anos, escorpiano como eu... Emoção a flor da pele!!! E eu e o
Ernani (se referindo ao marido e cavaquinista do Grupo Situkerê) recebemos do Zé Katimba,
uma música maravilhosa de presente, “A Verdadeira Paixão”. E as coisas foram
fechando, se harmonizando, e quando demos conta, a concepção nasceu... (risos)
Valéria Bernardo: - O que representa nessa altura da sua carreira, em franca ascensão e
expansão, se envolver com um projeto dessa envergadura, com este nome consagrado
na nossa cultura sambista?
Monica Mac: - Eu
considero um marco, dentre outros que já fiz.
A diferença é que os outros projetos como “ Samba Buarque de Holanda”,
nós não tivemos acesso ao Chico. Montamos o projeto em cima da literatura e do
acervo musical. O “Cartola” foi muito emocionante, mas ele não estava mais
aqui.
O Zé, está conosco, ele está se
envolvendo, compondo, contando as histórias, para que entendamos o
processo de composição, todo o enredo por trás da obra e nesse ponto, eu
considero um marco.
Eu consigo me transportar para cada
história que o Zé conta, de cada música. Por exemplo, quando ele fala da
jaguatirica... "Quer coisa mais sensual do que a jaguatirica? A mulher é igual!!
É selvagem, arranha, atiça, mas tem seu
lado selvagem, ataca quando acuada, tem sentimento de posse, momentos de fúria.
Ter uma mulher apaixonada é ter a mesma sensação de comer canjica, beber
cachaça e aí está a sedução da mulher! É tudo que o homem quer. Na golada da
cachaça, que arde mas dá prazer".
A concepção do show é assim: - Um
banho inebriante de muita paixão, envolvimento, um mergulho na alma e no
significado profundo da mulher na vida do homem e no mundo.
A parte social também está latente no
show. Através da música “Bandeira da Fé”, que eu considero um ícone, um grito de alerta; “Emana” que traz um jogo de palavras inteligente e
interessante com uma métrica desafiadora, “Roda da Vida” que é uma música pequena,
com um movimento imenso. Essas músicas emitem um convite para que todas as
pessoas saiam dos seus lugares, e venham
pro samba, que se deixem influenciar e levar pelo ritmo do samba.
Valéria Bernardo: - Quem faz a produção, direção do show?
Monica Mac: -
Eu idealizei apenas, e fui experimentando ideias, fundos, formatos e
consultando pessoas mais próximas, que se identificassem com o projeto e que estivessem dispostas a ajudar. E
depois de alguns ajustes e experiências, nós agregamos essas pessoas que de
alguma maneira já estavam ligadas ao Zé ou se apaixonaram pelo projeto. E assim ficamos: - a direção Musical com Leandro Junior, direção de palco com Kiko Latanzzi, comunicação visual e web designer com Bruno Coelho e o figurino e maquiagem com Marcil Moura. Uma turma bem afinada com toda a concepção do espetáculo. Houve muita identidade entre nós!
Valéria Bernardo: - Quem são os músicos que
participarão do show?
Monica Mac: -
Leandro Junior ao violão, Hernani Valente no cavaquinho, Gustavo no surdo,
Almir Sodré na percussão, Siri no sopro e minha mãe, June Mac Cormick que fará uma participação
especial ao violino. O Vagner e a Geise que darão um tempero especial, dançando
muito samba. Eu queria fazer isso com o Hernani, mas com ele tocando cavaquinho
e eu cantando, não vai dar muito certo... (risos)
Valéria Bernardo: - Zé, como fica seu coraçãozinho com tudo isso???
Zé Katimba: - O
que eu sinto, é realmente o amor! A gente não explica!! Sente!! Eu sinto uma
emoção muito grande, principalmente por ter partido de uma mulher fantástica com
a Monica! A minha obra inteira, desde o iníco, sempre foi dedicada a exaltar a
mulher. Porque a mulher pra mim, está acima do bem e do mal. Eu nunca disse uma
palavra que desabonasse ou ofendesse a mulher. Então essa iniciativa, partindo
de uma mulher como a Monica, é realmente o amor se mostrando em forma de música.
Valéria, eu amo tanto a mulher, e meu
entendimento sobre a mulher é tamanho, que eu tenho certeza, que se um dia eu
fui corno, a culpa foi minha. O homem que é traído, deu motivos! Falhou! Foi incompetente! Foi um
bosta! (Pausa para aplausos e gritos de aprovação de todos que estavam a mesa,
composta 90% de mulheres. Risos)
Uma coisa que a mulher é... É fiel! Até a
prostituta, que vende sexo, ela guarda o seu melhor sexo, que é o sexo com
sentimentos, para o homem que ela ama. Como na música “Preta de Ganho”, ela nunca se entrega para o cliente, ele se
entrega verdadeiramente para o homem que ela ama. A mulher é uma verdadeira
faculdade em termos de sexo. Eu, na minha vida boêmia, em mesa de
bar, em roda de samba, nunca aprendi nada sobre sexo, que prestasse ou que fosse de valor, com
homens. Tudo que eu aprendi sobre sexo de qualidade, eu aprendi com mulheres.
Com a minha mulher, com amigas, com amigas dos meus filhos, me interessando
pelo assunto, perguntando a mulher... A mulher sabe mais. O homem que não
conhece a alma feminina é um pobre, miserável, cego e nu! Ele é um idiota. E “tá”
assim de idiotas no mundo, achando que ser macho é comer todas, comer tudo mais
novo que aparece, exibir para os amigos mais uma que comeu. O idiota não faz nenhuma
feliz. Machuca todo mundo. Nasce, vive e morre burro e sozinho. A humanidade está avançando
na ciência, não deixa de ser bom. Mas não avança nada em termos de caráter,
sensibilidade, sentimentos puros. E isso não é bom. O que não emociona, não é
bom. É como você ver uma cantora cantando insuportavelmente bem. Perfeita,
afinada. Notas perfeitas. Mas é fria. A técnica dela não emociona. Não é bom.
Aí você vê uma cantora que não é
muito afinada, mas é dona de uma sensualidade contagiante, que tem um timbre
agradável, redondo, macio, e aí todo mundo grita e aplaude. Emociona. É bom.
Sem essa alegria não há vida. A mulher é tudo de bom, com emoção, fica tudo de
melhor!!
A humanidade nunca vai pagar a dívida
que tem com a mulher!
Uma prova disso é minha eterna musa
inspiradora, a Nely Silveira. Uma mulher muito especial. Que se tornou uma parceira
incrível. E Deus me presenteou com a Nely, quando eu vivia um momento de terror
existencial. Eu não compunha mais, não saía mais, estava num período muito
difícil! E foi como se Deus me mostrasse, que minha obra, em torno e por dentro
da mulher, não tinha sido em vão! Nely é minha ajudadora em tudo. Cuida de mim,
da minha agenda, dos meus negócios, dos ensaios, da divulgação, dos meus
remédios, da minha vida.
É ela quem abastece a turma de
cafezinhos, comidinhas, dá pitaco nas minhas composições e quase rouba meus
parceiros... (risos)
Eu sem a Nely, sou um nada.
No show, algumas das músicas, eu compus
pra ela. Como “Na minha veia” que foi gravada pela Simone e título do disco. Estamos
nesta caminhada há cinco anos, e eu me considero o homem mais feliz do mundo ao
seu lado. Todos imaginam que somos casados. E eu encaro sim, como uma espécie
de casamento. O casamento da amizade verdadeira, desinteressada... Ou melhor...
Interessada em todo o bem do outro. Uma prova de generosidade incontestável.
Valéria Bernardo: - A Monica diz que esse show é um marco. Você também tem essa
expectativa?
Zé Katimba: - Não
tenho a menor dúvida. Eu ainda não vi o show inteiro, nem sei do que vai
acontecer! Só presenciei um meio ensaio, na casa da Monica no Sítio Lua Nova,
onde rola o samba Mac Valente... Que coisa emocionante. Eu já gravei com todas
as maiores estrelas do mundo, e todas as outras que me perdoem... Mas eu nunca
assisti a minha obra tão bem defendida, quanto eu sinto, quando a Monica canta!
Meu sentimento é que dessa vez, minha
obra será a coisa mais fantástica do mundo, pelo amor e pela emoção que
a Monica emana.
Monica Mac nos confidenciou ainda, que o
maior desafio do projeto foi em aprender certas músicas que possuem uma métrica
peculiar e que exigem bastante do intérprete, quando este, se propõe à excelência.
“ Não basta cumprir a métrica. Tem a
interpretação, a emoção, o entendimento da mensagem. O convencimento do
sentimento. “ Diz a cantora que por várias
noites, acordou sobressaltada com a lembrança da estrutura melódica de “Emana”.
O show contará ainda com textos, que não existem. .. (risos)
Eu explico: - Monica Mac entregará mensagens, que não foram
escritas ou roteirizadas. Será a palavra pela emoção. Na hora H. No momento da
emoção.
Os ingressos deste espetáculo que
promete ser um mergulho profundo, apaixonado e apaixonante na alma feminina e
na obra de Zé Katimba, já estão a venda
na bilheteria do Teatro Municipal de Niterói, R$ 40,00 inteira – R$
20,00 meia
E ainda conta com a venda on line no www.ingresso.com
É bom ficar atento aos apoiadores, Jornal Extra e Jornal Fluminense que lançarão em suas páginas, cupons com descontos.
Basta recortar o cupon e apresentar na bilheteria do Teatro. Mas corra porque o
número é limitado!!
Para conferir mais do espetáculo acesse http://recriandoacriacao.wix.com/
Um espetáculo que unirá o amor, a emoção, o samba, a dança, a poesia e o homenageado!!! Imperdível!!!
Beijos cheios de amor a música!!!!