quinta-feira, 30 de maio de 2013

Zé Katimba e Monica Mac em "Recriando a Criação"

Em frente ao Teatro Municipal
Zé Katimba e Monica Mac
"Recriando a criação" é um espetáculo movido a pura emoção, idealizado pela sambista niteroiense Monica Mac e o Grupo Situkerê, em homenagem a Zé Katimba - O Chico Buarque do samba.
O show acontece no dia 7/6, sexta feira, as 20h, no Teatro Municipal de Niterói.

Sambista e compositor gravado por inúmeros intérpretes, Zé Katimba desde sempre, focou sua obra no universo feminino. Seu mergulho na alma da mulher foi tão profundo e tão abrangente, que assusta, inebria, encanta e prende!!! 
Premiadíssimo, Zé Katimba arrematou todos os prêmios da categoria, nos Estados do Rio de Janeiro e da Paraíba. Uma assumidade!!!
Recebeu o prêmio "Medalha Pedro Ernesto", maior honraria concedida pelo legislativo do Rio de Janeiro. O "Estandarte de Ouro", "Personalidade de Ouro" e ainda o  concurso "Cidadão Samba".  

Boutique da Música bateu um papo gostoso e apaixonado, com estes dois talentos escorpianos, emoção a flor da pele e soube um pouco mais do show!

Valéria Bernardo : - Como nasceu a ideia do show ?

Monica Mac – Era algo que eu já pretendia fazer há muito tempo. Eu e todos do meu grupo, sempre fomos apaixonados pelas composições do Zé que enaltecem a mulher, e o amor à mulher como privilégio humano e divino. Eu já estava querendo muito voltar ao teatro, e por um desses milagres maravilhosos que Deus nos concede, fomos nos aproximando, convivendo, eu fui descobrindo mais da obra e a pessoa desse poeta, que entende tanto da alma feminina. Tanto que costumamos chamá-lo de Chico Buarque do samba. Ele coloca a mulher num lugar, em que toda mulher gostaria de estar. Ele fala da mulher de uma forma absolutamente sensual, sem ser vulgar. Essa vontade foi tomando conta de mim, e concebendo cada detalhe de uma forma muito leve, descompromissada. Com a convivência, pude entender mais da alma desse menino de 80 anos, escorpiano  como eu... Emoção a flor da pele!!! E eu e o Ernani (se referindo ao marido e cavaquinista  do Grupo Situkerê) recebemos do Zé Katimba, uma música maravilhosa de presente, “A Verdadeira Paixão”. E as coisas foram fechando, se harmonizando, e quando demos conta, a concepção nasceu... (risos)

Valéria Bernardo: - O que representa nessa altura da sua carreira, em franca ascensão e expansão, se envolver com um projeto dessa envergadura, com este nome consagrado na nossa cultura sambista?


Monica Mac: - Eu considero um marco, dentre outros que já fiz.  A diferença é que os outros projetos como “ Samba Buarque de Holanda”, nós não tivemos acesso ao Chico. Montamos o projeto em cima da literatura e do acervo musical. O “Cartola” foi muito emocionante, mas ele não estava mais aqui.
O Zé, está conosco, ele está se envolvendo, compondo, contando as histórias, para que entendamos o processo de composição, todo o enredo por trás da obra e nesse ponto, eu considero um marco. 
Eu consigo me transportar para cada história que o Zé conta, de cada música. Por exemplo, quando ele fala da jaguatirica... "Quer coisa mais sensual do que a jaguatirica? A mulher é igual!! É selvagem, arranha, atiça, mas tem seu lado selvagem, ataca quando acuada, tem sentimento de posse, momentos de fúria. Ter uma mulher apaixonada é ter a mesma sensação de comer canjica, beber cachaça e aí está a sedução da mulher! É tudo que o homem quer. Na golada da cachaça, que arde mas dá prazer".
A concepção do show é assim: - Um banho inebriante de muita paixão, envolvimento, um mergulho na alma e no significado profundo da mulher na vida do homem e no mundo.
A parte social também está latente no show. Através da música “Bandeira da Fé”, que eu considero um ícone, um grito de alerta; “Emana” que traz um jogo de palavras inteligente e interessante com uma métrica desafiadora, “Roda da Vida” que é uma música pequena, com um movimento imenso. Essas músicas emitem um convite para que todas as pessoas saiam dos seus lugares,  e venham pro samba, que se deixem influenciar e levar pelo ritmo do samba.

Valéria Bernardo: - Quem faz a produção, direção do show?

Monica Mac: - Eu idealizei apenas, e fui experimentando ideias, fundos, formatos e consultando pessoas mais próximas, que se identificassem com o  projeto e que estivessem dispostas a ajudar. E depois de alguns ajustes e experiências, nós agregamos essas pessoas que de alguma maneira já estavam ligadas ao Zé ou se apaixonaram pelo projeto. E assim ficamos: - a direção Musical com Leandro Junior, direção de palco com Kiko Latanzzi, comunicação visual e web designer com Bruno Coelho e o figurino e maquiagem com  Marcil Moura. Uma turma bem afinada com toda a concepção do espetáculo. Houve muita identidade entre nós!  

Valéria Bernardo: - Quem são os músicos que participarão do show?

Monica Mac: - Leandro Junior ao violão, Hernani Valente no cavaquinho, Gustavo no surdo, Almir Sodré na percussão, Siri no sopro e minha mãe,  June Mac Cormick que fará uma participação especial ao violino. O Vagner e a Geise que darão um tempero especial, dançando muito samba. Eu queria fazer isso com o Hernani, mas com ele tocando cavaquinho e eu cantando, não vai dar muito certo... (risos)

Valéria Bernardo: - Zé, como fica seu coraçãozinho com tudo isso???

Zé Katimba: - O que eu sinto, é realmente o amor! A gente não explica!! Sente!! Eu sinto uma emoção muito grande, principalmente por ter partido de uma mulher fantástica com a Monica! A minha obra inteira, desde o iníco, sempre foi dedicada a exaltar a mulher. Porque a mulher pra mim, está acima do bem e do mal. Eu nunca disse uma palavra que desabonasse ou ofendesse a mulher. Então essa iniciativa, partindo de uma mulher como a Monica, é realmente o amor se mostrando em forma de música.
Valéria, eu amo tanto a mulher, e meu entendimento sobre a mulher é tamanho, que eu tenho certeza, que se um dia eu fui corno, a culpa foi minha. O homem que é traído, deu motivos! Falhou! Foi incompetente! Foi um bosta! (Pausa para aplausos e gritos de aprovação de todos que estavam a mesa, composta 90% de mulheres. Risos)
Uma coisa que a mulher é... É fiel! Até a prostituta, que vende sexo, ela guarda o seu melhor sexo, que é o sexo com sentimentos, para o homem que ela ama. Como na música “Preta de Ganho”, ela nunca se entrega para o cliente, ele se entrega verdadeiramente para o homem que ela ama. A mulher é uma verdadeira faculdade em termos de sexo. Eu, na minha vida boêmia, em mesa de bar, em roda de samba, nunca aprendi nada sobre sexo, que prestasse ou que fosse de valor, com homens. Tudo que eu aprendi sobre sexo de qualidade, eu aprendi com mulheres. Com a minha mulher, com amigas, com amigas dos meus filhos, me interessando pelo assunto, perguntando a mulher... A mulher sabe mais. O homem que não conhece a alma feminina é um pobre, miserável, cego e nu! Ele é um idiota. E “tá” assim de idiotas no mundo, achando que ser macho é comer todas, comer tudo mais novo que aparece, exibir para os amigos mais uma que comeu. O idiota não faz nenhuma feliz. Machuca todo mundo. Nasce, vive e morre burro e sozinho. A humanidade está avançando na ciência, não deixa de ser bom. Mas não avança nada em termos de caráter, sensibilidade, sentimentos puros. E isso não é bom. O que não emociona, não é bom. É como você ver uma cantora cantando insuportavelmente bem. Perfeita, afinada. Notas perfeitas. Mas é fria. A técnica dela não emociona. Não é bom.
Aí você vê uma cantora que não é muito afinada, mas é dona de uma sensualidade contagiante, que tem um timbre agradável, redondo, macio, e aí todo mundo grita e aplaude. Emociona. É bom. Sem essa alegria não há vida. A mulher é tudo de bom, com emoção, fica tudo de melhor!!
A humanidade nunca vai pagar a dívida que tem com a mulher!
Uma prova disso é minha eterna musa inspiradora, a Nely Silveira. Uma mulher muito especial. Que se tornou uma parceira incrível. E Deus me presenteou com a Nely, quando eu vivia um momento de terror existencial. Eu não compunha mais, não saía mais, estava num período muito difícil! E foi como se Deus me mostrasse, que minha obra, em torno e por dentro da mulher, não tinha sido em vão! Nely é minha ajudadora em tudo. Cuida de mim, da minha agenda, dos meus negócios, dos ensaios, da divulgação, dos meus remédios, da minha vida.
É ela quem abastece a turma de cafezinhos, comidinhas, dá pitaco nas minhas composições e quase rouba meus parceiros... (risos)
Eu sem a Nely, sou um nada.
No show, algumas das músicas, eu compus pra ela. Como “Na minha veia” que foi gravada pela Simone e título do disco. Estamos nesta caminhada há cinco anos, e eu me considero o homem mais feliz do mundo ao seu lado. Todos imaginam que somos casados. E eu encaro sim, como uma espécie de casamento. O casamento da amizade verdadeira, desinteressada... Ou melhor... Interessada em todo o bem do outro. Uma prova de generosidade incontestável.

Valéria Bernardo: - A Monica diz que esse show é um marco. Você também tem essa expectativa?

Zé Katimba: - Não tenho a menor dúvida. Eu ainda não vi o show inteiro, nem sei do que vai acontecer! Só presenciei um meio ensaio, na casa da Monica no Sítio Lua Nova, onde rola o samba Mac Valente... Que coisa emocionante. Eu já gravei com todas as maiores estrelas do mundo, e todas as outras que me perdoem... Mas eu nunca assisti a minha obra tão bem defendida, quanto eu sinto, quando a Monica canta! Meu sentimento é que dessa vez, minha  obra será a coisa mais fantástica do mundo, pelo amor e pela emoção que a Monica emana.

Monica Mac nos confidenciou ainda, que o maior desafio do projeto foi em aprender certas músicas que possuem uma métrica peculiar e que exigem bastante do intérprete, quando este, se propõe à excelência.
“ Não basta cumprir a métrica. Tem a interpretação, a emoção, o entendimento da mensagem. O convencimento do sentimento. “  Diz a cantora que por várias noites, acordou sobressaltada com a lembrança da estrutura melódica de “Emana”.

O show contará ainda com textos, que não existem. .. (risos)
Eu explico: -  Monica Mac entregará mensagens, que não foram escritas ou roteirizadas. Será a palavra pela emoção. Na hora H. No momento da emoção.

Os ingressos deste espetáculo que promete ser um mergulho profundo, apaixonado e apaixonante na alma feminina e na obra de Zé Katimba,  já estão a venda na bilheteria do Teatro Municipal de Niterói, R$ 40,00 inteira – R$ 20,00 meia
E ainda conta com a venda on line no  www.ingresso.com
É bom ficar atento aos apoiadores, Jornal Extra e Jornal Fluminense que lançarão em suas páginas, cupons com descontos. Basta recortar o cupon e apresentar na bilheteria do Teatro. Mas corra porque o número é limitado!!

Para conferir mais do espetáculo acesse http://recriandoacriacao.wix.com/

Um espetáculo que unirá o amor, a emoção, o samba, a dança, a poesia e o homenageado!!! Imperdível!!!

Beijos cheios de amor a música!!!!

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