terça-feira, 30 de abril de 2013

Produção Independente - Erros comuns na divulgação de eventos

Flyer concebido e produzido até a arte final pela Boutique da Música

http://boutiquedamusica.wix.com/boutiquedamusica

Divulgação - erros comuns

Em épocas de internet, quem trabalha com produção de eventos, usa e abusa dos recursos free da rede.
E-mails, Facebook, Twitter são ferramentas poderosas para um boa divulgação gratuita.
Bom mesmo seria, se todos os eventos, todos os projetos, todos os clientes tivessem verba para um packshot, um teaser, uma chamadinha na rádio mais ouvida do momento, um anúncio na revista do segmento. Mas sabemos que não é assim que funciona. 
A Boutique da Música não é uma exceção. Seja fornecendo música ao vivo, orquestrando uma produção cultural ou cuidando da divulgação de algum evento, trabalhamos com clientes que possuem reservas financeiras e clientes sem nenhuma reserva financeira. Nosso desafio é proporcionar ao cliente, seja qual for o seu porte, um retorno à altura do capital investido. Desde que o mundo é mundo, dinheiro chama dinheiro. Mas, quando esse capital é frugal, nosso trabalho é potencializar ao máximo, o retorno do investimento, da forma mais econômica para o cliente.
Existem técnicas e estratégias, que nos permitem conseguir potencializar uma ação de marketing, com investimento "simbólico". 
Deixando a parte técnica da operação de lado, gostaria de abordar aqui, alguns erros comuns, que temos presenciado em alguns artistas, grupos e bandas, em suas divulgações.  A intenção do post é orientar a esses profissionais, que com pouco ou nenhum conhecimento de marketing, literalmente "se viram nos trinta" e tentam da melhor forma possível, colocar seu trabalho no mercado e subsistir nessa dura aventura que é viver da cultura. Para esses profissionais, o que resta para sua divulgação é a internet, através de flyer eletrônicos, postados nas redes sociais, ou enviados por e-mail.

O maior erro que tenho  acompanhado,  é a falha de comunicação com o público alvo.  Principalmente em eventos musicais e culturais de artistas que ainda não são conhecidos, não estão na mídia, não possuem um produtor, um profissional para cuidar do assunto. Que trabalham de forma independente, quase artesanal, cuidando de tudo na maior parte do tempo. 

Definir o público alvo. É ele quem vai (ou quem deveria) ditar a linguagem, imagem  e conceito utilizados no material de divulgação. A arte de seu flyer, deve se identificar diretamente com o público que você quer  atingir. Há duas semanas atrás, recebi um convite para um evento em Niterói de skatistas. No final do convite, a pérola: - Sua presença será apreciada. (risos)... Imaginem um skatista verbalizando essa frase... (risos 2)
Por exemplo: - O show será de um grupo de pagode. Não faz sentido, utilizar um texto formal, cheio de cerimônias e termos austeros. Fontes  do tipo “arial”, quadradas, sem charme, sem curvas. Uma fonte bem trabalhada em seu título, pode fazer milagres na hora de conquistar o interesse do público.
Ora...  O pagode traz a leveza do carioca por si só. É um balanço, um “bo-ro-go-dó que só o carioca tem.  É bem vindo um tantinho de comicidade. Algo que desperte o riso com facilidade.  Pode ser uma imagem 3D, um gráfico, uma expressão engraçada para se referir ao swing do grupo. Uma gíria “tribal” (sem exageros) que lembre o bom humor do pagodeiro, sempre disposto a raiar o dia no “ziriguidum” e na alegria.
Outro recurso que utilizo no material de divulgação dos artistas que produzo, é a citação de duas ou três músicas de sucessos, que serão interpretadas. Cito o título das músicas, sempre agregado a uma frase de efeito, relativa a música em questão, quando há necessidade.
Lanço mão da memória musical do público em geral, que vez em quando, precisa ser “cutucada”.

Outro erro comum: - Utilizar cores erradas, sem dramaticidade, cores frias em sua maioria.
Muitos artistas (erroneamente) solicitam de seus produtores, ou do designer que está desenvolvendo o trabalho, que o material  de divulgação seja de acordo com as cores da marca do grupo. Imagine se a cor do grupo é branco e verde oliva? Imagine um flyer, para divulgar um grupo de pagode, todo em branco e verde oliva...
Estudos comprovam, que as cores frias não despertam curiosidade, nem prendem a atenção do público, não despertam o desejo de aquisição.
Minha sugestão é compor um fundo, com cores vibrantes e quentes, que sejam harmoniosas com as cores da marca do grupo do exemplo acima (telha, coral, marron queimado, bordô, mostarda).
Dessa forma, mesmo que a logomarca do artista predomine a cor fria, uma bela arte com cores quentes que harmonizem, agregará valores de atenção, de curiosidade, e de desejo de consumo.
Ahhh... E por gentileza, mudem a arte. Conheço grupos que tocam em vários lugares diferentes e que distribuem flyers eletrônicos; onde só trocam os nomes e endereços, a data e o horário. Mantém o mesmo fundo, a mesma foto, a mesma fonte para informações. Sabe o que me  parece? Que o mesmo artista, fará o mesmo show, no mesmo lugar, daquele último flyer que vi... A reação imediata é : - Ahhh já sei. Já vi.

O pior de todos os erros: - A qualidade da foto (lê-se: A total falta de qualidade da foto).
Senhores, pelo amor dos produtores canonizados e do santo público nosso de cada dia!!!!!
 A sua foto é a sua imagem, que chegará primeiro ao público e é o que definirá, se o público quer vê-lo.
Sim, todos gostam de sua música! Sim, todos amam sua interpretação magnífica. Sim, amam o timbre de sua voz, amam seus solos de guita! Mas imagine a má impressão que você causa, ao utilizar uma foto de qualidade duvidosa, para anunciar ao seu querido público, o próximo show. Ou utilizar a mesma foto que utilizou no evento que fez no semestre passado.
Sim, eu sei que muitas produções não comportam verba, para a contratação de um fotógrafo profissional. Mas isso não é motivo de utilizar uma foto de celular para o material de divulgação. Por favor!!!
Tenha trabalho. Se você não tem um produtor, se é um artista independente, se está na batalha de matar um leão por dia, já está acostumado a trabalhar que nem maluco. Trabalhe um pouquinho mais, ok?
Peça emprestada uma câmera fotográfica, mesmo as mais simples, digitais. Todo mundo tem uma dessas. Um amigo, um familiar, um vizinho.
Se prepare para a foto! Tome um banho demorado, cuide da pele, da barba, do cabelo. Meninas  maquiem-se. Coloquem-se lindas. Olhar brilhante. Nariz levemente erguido. Ó... O cabelão tem que estar impecável!!! Sorrisão é sempre muito bem vindo. Pensem no evento como um todo. Vistam-se de acordo com o show que apresentarão, para que a foto harmonize com o material de divulgação e consiga dar ao público, uma prévia do que eles encontrarão no show.
Resista bravamente a posar, tendo uma planta atrás de você! Por favor!!!!  Já vi muitas fotos de artistas, com aquela pose de estúdio, na frente do muro de algum lugar, com samambaias, comigos-ninguém-pode e outra infinidade de plantas caseiras como fundo da foto. Isso é feio!!! A não ser que seja um jardim, muito bem cuidado, com flores diversificadas, ou uma floresta, não faça esse tipo de foto.
Um solução interessante, é pegar o lençol  mais bonito da sua casa. Prefira os lisos, sem estampas. Passe-o bem esticadinho. Prenda com fita adesiva em qualquer parede e pronto! Você já tem um belo fundo, que dará um aspecto mais profissional as suas fotos de trabalho. Tome cuidado para não utilizar um lençol branco e colocar uma roupa branca. (risos) Pense no contraste. Se o fundo for branco, coloque uma roupa colorida, ok?

Abaixo seguem mais alguns flyers desenvolvidos pela Boutique da Música
Espero que tenha ajudado!
Beijos cheios de amor a música!
De Niterói para o mundo!!

Anúncio do dia dos pais no Sushi Hall, para o jornal O Estadão

Anúncio para o dia dos namorados no Sushi Hall para o jornal O Estadão
  




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